créditos pela imagem: Mathieu Bertrand Struck
Inesperado. Repentino.
Como todo bom romance
deve ser.
Reapareceu numa linha do acaso de beijos de tempos que
tinham ficado já longes
Num tempo que tinha
que ser. Na melhor hora para abraços de braços, de pernas e de almas.
Fez-se paixão nova,
quando as paixões já nem pareciam ter tanto sentido. Girou a vida, girou o
mundo, girou o sol.
Fez-se menina de olhos estrelados e mulher com desejo feito
mar em cheia.
Tornou-se lua que em suas fases e faces, por vezes toca-me com
seu brilho, por vezes some no céu. Recriou-se
em suas tempestades internas, a querer destruições para se transmutar em construções.
Entregou-se.
Sempre. A. Cada. Instante.
Sentiu. A língua e o tato. A pele. Os dentes.
Ressurgiu. Sem forma. Sem lógica. Sem medo. Querendo apenas
ser.
Fez-se uma sorte grande em tempos em que nos cassinos da
vida, os jogadores sofrem de azar.
Requereu-se em encanto, uma magia: em toques que tornam
desnecessárias palavras para expressar a verdade em sua forma mais íntima.
Fez-se beijo permanente nos lábios. Risada que ecoa na
memória tão doce.
Fez-se enfim grande e denso. Para além do vento e do tempo. Num não-lugar, onde libertar-se é uma rotina
que se chama amor.
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