Você se preocupa por não saber o
que quer. Eu já não me preocupo em querer. Apenas quero, apenas sou. Levo-me na
levada do vento. Sofro os horrores óbvios. Vivo as alegrias do ópio momentâneo.
Percebo o milímetro e o
imperceptível. Emerjo do abissal.
Tem minutos que me canso, em outros
crio ânimo. Desisto, resisto, insisto. Sou todos e todas. Meus erros são os
erros do mundo. Meus acertos são insinuações do acaso.
Nunca estive muito certo do que
sinto. Aprendi a não dissipar ou temer. Aprendi a não me prender demais.
Aprendi coisas que julgo ter me tornado, mas as erro a todo instante. Sinto
ciúme, sinto decepção, sinto raiva, mas me anestesio das feridas logo em
seguida. O desapego constituiu-se como
minha regra.
Sinto repulsa da estupidez de sua
dissimulação fracassada. Logo, compadeço e reconheço-me quando percebo não ter
certo em que ponto não faria o mesmo. Em que medida, em que peso, vale a pena
se agarrar aos prazeres? O gozo não se troca em papel moeda, mas tem seu preço
caro.
Engulo o soluço de lágrima engasgada.
Respiro fundo. Engulo fumaça. Sorrio. Só rio. Sou rio.
No curso das águas trafegando em
sentidos diversos talvez nos encontremos. Não me desvencilho do rumo de minhas
correntezas. Nunca fixo no mesmo ponto, a despeito de vive-lo em máxima
voltagem. É que em minha alma nômade, nenhum lugar será em algum dia o meu
lugar.
Diego Marcos Silva Leão
24/05/2015 – 21:45h
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