quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Rojo - Vermelho - Red




Rubra cor do inferno...
Será um belo por-do-sol?
Rosas ajuntadinhas em arranjos florais?
Sangue que lava o chão de dor?
Proletariado fazendo revolução?
Teus olhos lacrimosamente lavados?

Rubra cor do inferno...
Inferno maior é bem aqui.

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Inatomizado


créditos pela imagem: f3ktion


Eu não sou um indivíduo

Indivíduos são únicos
são particulas isoladas

e eu não quero ser assim

Eu não sou um átomo
Não sou lua sozinha da Terra
Tampouco a piracema do ano
Não sou um evento
de quinta ou décima
vigésima categoria

Talvez seja sujeito
de mim dos outros
para os outros
mesmo que eles
não sejam de mim


Sou caos da alegria

Melancolia organizada
Sou vícios emocionais
Torpores conjunturais
Implosão das estruturas

Sou o que dói
pra quem finge
não ser
ver e não ter

Sou aquele que não é você
mas que encontra sentido
em função do próprio viver
seu e de todos os seres
inumanos ou não


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domingo, 24 de outubro de 2010

Desamor


Créditos pela imagem: Leandro



Obs.: Poema escrito há meio século atrás e sem vínculo algum com a realidade atual... rs.

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Desamor

Você não me ama
Se amasse entenderia
Não me deixaria ser de outra
Não brincaria comigo de amor idealizado.

Se me amasse
E o amor fosse verdadeiro
Não ficariamos submersos no surreal
Viveriamos a realidade
E eu não precisaria escrever utopias versificadas.

Se eu a amasse
Declaria meu amor incondicional
Lutaria contra tudo e todos
Como o bravo cavaleiro
Que a tantos provoca gargalhadas
Mas enfrentava bravamente os gigantes
Mesmo sendo eles moinhos de vento
Por aquela que para ele era a mais bela donzela
A (talvez não) tão pura e doce Dulcinéia.

Se eu me amasse
Lutaria pelo meu mais fútil desejo.
Mesmo quando fossem instantâneos
E os tivesse prontos em três minutos
Os devorasse em bem menos
E mais rápido ainda os vomitasse.


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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Poema pra caber no twitter

Dicotomias de bom e mau. Eu não nasci pra viver assim. Trigonometria. Quadripartite. Quinquenios. Semestres. Não sou número. Tampouco exato.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

De ontem pra hoje

Essa vontade de escrever incontrolável que tenho tido de ontem pra hoje não faz sentido. Escrevo para dizer o que ninguém ouve.

euqueninguemsabe

Assim foi e é

De súbito assim
Foi assim que foi
E eu nem notei
Os dias são segundos
Não dão para nada
Nem pra dizer
Ainda mais quando se é tão bobo

Eu tenho medo
do que virá
sempre foi
espero que
nem sempre será

Os ditos e os não ditos
não raro são malditos
Mas benditos sejam
os que dizem
Pois seus corações
não se apertam
com o que quiseram que fosse
e nunca se atreveram

Eu pouco disse
bastante menos do que quis
Agora sinto dor no peito
Hey, cadê você flor-de-lis?

Perfuma o horizonte
Perfuma a minha vida
Mas adivinha
Pois se depender de mim
Nunca saberá
Nunca saberá que isso quis

Porque tenho medo
Medo do horror
Do terror e mais ainda
do amor

Por isso sou volátil
Por isso nunca sei
Nunca sei pra onde vou
Confundo-me agora
Antes e depois

Às vezes o que escrevo
me soa tão repetitivo
Vai ver que é porque
vivo sempre ciclos de dor
E tento traçá-los assim
Tortamente verticais
Horizontalmente lineares

Sorrio pra todos
menos pra mim.

euqueninguemsabe
Uberlândia, 18/10/2010. Por volta das 23:35 em horário de verão numa segunda-feira de sentimentos de inverno.

domingo, 17 de outubro de 2010

.

Tão jovem foi construir seus sonhos, num lugar que não se sabe e nem se quer estar. Por entre os carros, semáforos, gente por todos os lados passava. Só queria construir seus sonhos, mas como já disse, eles se modificavam a todo instante. Eram todos tão belos que não se permitia, nem se impunha a querer que eles fossem um só, que fossem fixos como palavra grafada a tinta em papel de livro.
Não tinha planos. Nem pro futuro. Não se apegava às coisas, às pessoas, não se preocupava em ter alguém. Aprendera a se virar. Queria estar com todos num instante e no outro com ninguém. Era impulsivo, reprimido, divagante, compenetrado, prolixo, direto, sensível, solitário, popular, inconstante, esperançoso, comunista, anarquista, democrático e niilista. Tudo isso ao mesmo tempo.
Detestava seus escritos e os achava vazios para os que os leriam.
Queria ser superstar e revolucionário. Sentia raiva e ódio de tantos, aqueles mesmos que queria tão bem. Desejava abandonar tudo, mas tudo aquilo era a sua vida.
Acabaria se matando se matasse aquelas coisas, aqueles desejos e sentimentos.
Então só abaixava ou levantava a cabeça, de acordo com a ocasião...
Seguia quixotesca e toscamente lutando por aí.

euqueninguémsabe
Há vazio
...
Você nunca se sentiu assim?

Há vazio
...
Você me entende?

Há vazio
...
Vou embora.

Há vazio
...
Só vazio

euqueninguemsabe
Uberlândia, 17-10-10. 12:45 h.

Raio

créditos pela imagem: Owen Zammit

Raio
Que me parta!
Em três
Em dois
Em mil
pedacinhos

Raio
Posso ir com você?
Não me choque
Viajemos
Juntos

Raio
Cadê o trovão?
Com ele vamos gritar
pra extravasar
tirar esse caco
de vidro
pontiagudo
do peito

Raio
Vamos sumir
Do céu caíremos
Rumo ao chão

Raio
Que me parta!
Só quero sumir.

euqueninguemsabe

Uberlândia, 17-10-10. 12:11 h.

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domingo, 10 de outubro de 2010

O sábado e ela (sem ela).


Créditos pela imagem: Samuca


Cinza gris grisalho
Nebuloso sombrio
céu fechado
Lua tapada
Frio vento
Fico
Escondido
Cobertas roupas banho
Sonhos se dormisse
Pisco viro reviro
Lembrei
ou melhor
Lembro
Dela
o dia inteiro
e a quase todo instante
Ela
Que nos últimos dias
não vi

Leva uma mensagem
bem doce ao ouvido dela
Morceguinho frugívoro
Lá chácara do Não-Sei-Onde
Diga que
a quero muito bem
Tão especial que ela é
Só peço mais
uma coisa
Não a assuste
Pois não o perdoaria
se isso acontecesse
Leve assim
só o que sinto por ela
por ela
Sentir
que não ouso rotular
Mas que é
da melhor espécie
Que um humano
pode ter

Uberlândia, 10/10/2010 - 01:40 am

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domingo, 3 de outubro de 2010

Vivendo as utopias contra as distopias nos trópicos e para além deles

Créditos pela imagem: pablodf


Quando os discursos se desencontrarem mais uma vez, talvez não haja voz. O silêncio talvez diga algo. Muito se gritou, muito se disse, pouco se fez até ali.
Nesse momento se saturará... o grito do oprimido, e daqueles que diziam ao lado dele estar. O grito do opressor, então extirpado de sua condição.
Nesse momento, política não se fará mais em caixinhas, depositórios de papeizinhos, ou em calculadoras sofisticadas. Se fará no dia-a-dia em cada ato público, no trabalho, na mercearia e na vizinhança.
Nesse momento, todos os dias serão eleitorais. Não daqueles que decidiram por você por um tempo indeterminado. Mas serão vislumbrados como eleições perenes e continuadas de sua vida. Você não elegerá indivíduos, elegerá o seu direito de ser, de agir e ao mesmo tempo se solidarizará com os seus. Será humano. Será pleno. Será vivo. Não será mais moribundo. Não mais se reprimirá por visualizar realidades utópicas. A distopia não será mais um tubarão pronto a emergir em algum trópico. Nem acima, nem abaixo ou na linha do país sulamericano se permitirá o autoritarismo, ou a doutrinação do outro.
Se reconhecerá que humanos somos. Que sociedade somos. Que dos outros precisamos. E para nos prolongarmos é preciso irmos além de um pensamento sobre nossa própria vida. Não seremos mais mesquinhos. Não seremos mais egoístas. Não seremos mais tolos. Ou pensaremos que revolucionar é coisa de babacas.
Não precisaremos também que pensem por nós. Não precisaremos que façam por nós. Juntos faremos.
Eu olharei e você olhará e verá que podemos todos viver bem e que todos os luxos são falsidades imagéticas de um lugar que não é nosso.
Nesse dia eu não votarei em Dilmas, em Motosserras, em Marinas ou Agripinas. Nem em Plínios, Salgados, Doces ou Sampaios. Muito menos em Pimentas, em Ruis, Barbosas, Costas ou Cominhos. Também não votarei em Zé Marias ou em Marias Josés. E repudiarei vigorosamente os fascistas recalcados sob a égide musicada de Fidelix e mais ainda de Eimmaéis.
Nessa bandeira estrelada, sob o azul, o verde e o amarelo-ouro verte e verterá por tanto tempo ainda muito sangue. Talvez tenha chegado a hora de tirar as suas cores. Talvez tenha chegado a hora de aboli-la.
Talvez seja a hora de estendê-la nua e crua destituída de toda sua simbologia.
Os garotos e garotas mortos, física ou mentalmente, de todos os dias ressuscitarão revelarão um olhar iluminado, depois de sempre se sentirem cegos por uma venda que mal sabiam que os privava de visualizar o que estava bem às suas frentes.
Eu sei, pois comigo sempre foi assim. Sempre tentarão me privar disso. Tentaram me castrar os sonhos desde que eu nasci. Firme e forte eu fingia ter acreditado que o que me diziam era verdade. Mas eu era só desconfiança. Desbravei o mundo, me perdi por um milhão de tantas vezes. Eu mesmo me confundia e até este momento estou a me encontrar.
Só não permito que me privem de tentar.
Quando isso fizerem talvez seja incapacitado até de sentir. Esquartejado sentimentalmente então não seria mais que simples coisa, pois o sentir e dele experimentar são um amálgama indissociável.
Mas quanto ao silêncio que me referia. Você deve estar a matutar: ele não diz nada, como se converteria no próprio ato de transformar?
É que aqui não falo de voz. Mas de atitude contemplativa. Os gritos de antes só eram necessários porque nos digladiávamos. Preferíamos socar o outro, por mais próximo que fosse, antes de ouvi-lo.
Paradoxalmente, nesse silêncio haverá sim voz. O que não haverá são os surdos funcionais.

Uberlândia, 03/10/2010. Quase às 23:00 h. No mesmo dia que mais uma vez se destacou alguém pra decidir a sua vida e seu direito de ser. Poucos dias depois que quando se pensava que não seriam mais tão audaciosos, tentaram perpetrar um golpe militar num país chamado Equador. Há alguns meses desde quando começaram a expulsar ciganos do país que dizem ser grande gerador da erudição e sabedoria para o mundo moderno. Há alguns anos desde que comecei a me despojar da crença de que as coisas eram sólidas e impermeáveis. Um velho barbudo, que não era Santa Claus, me disse que elas sempre se desmancham no ar...


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sábado, 2 de outubro de 2010

É que há

créditos pela imagem: Juliano Mattos


Depois que a chuva acabar
Restará
Lixos pelo chão
As poças logo secam

Depois que o som acabar
E antes do sol raiar
Você se sentirá só
Mesmo junto a tantos

Em meio a muitos
Muita solidão é que há


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