sábado, 28 de fevereiro de 2009

Velharia da Semana . # 2 (Metropolis)



Esta semana vou colocar aqui um filme que gosto bastante: Metropolis.

Ainda me lembro a primeira vez que peguei para vê-lo. Logo vi o tempo de duração, constatei que era meio e longo e pensei: "Eah... acho que vou assistir isso parcelado em duas ou três vezes".
Afinal, estava vendo mais por obrigação, para entender um pouco melhor o que seria o tal do expressionismo alemão.

O que ocorreu é que esse filme mesmo sendo mudo, mesmo sendo em preto e branco e mesmo longo conseguiu me prender de tal forma que o vi de uma vez só (o.O) e deste então figura na minha modesta lista dos melhores filmes que já tive a oportunidade de ver. E isso tanto no que se refere ao que concebo como uma trama bem construída, tanto no que se refere ao excelente trabalho do diretor Fritz Lang em elaborar toda a áurea de uma cidade futurista que até hoje chega a impressionar quem vê.

Enfim, não vou chateá-los me alongando ainda mais sobre minhas impressões pessoais. Vou deixar aqui algumas imagens, uma breve sinopse, a ficha técnica e algumas curiosidades. E assistam se possível. Pois vale muito a pena para quem gosta de cinema de verdadeira qualidade.


Ficha Técnica

Título Original: Metropolis
Mudo / Preto e Branco
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento (Alemanha): 1927
Site Oficial: www.kino.com/metropolis
Estúdio: Universum Film S.A.
Distribuição: Paramount Pictures / Kino International
Direção: Fritz Lang
Roteiro: Fritz Lang e Thea von Harbou - baseado em livro de Thea von Harbou
Produção: Erich Pommer
Música: Gottfried Huppertz
Fotografia: Karl Freund e Günther Rittau
Direção de Arte: Otto Hunte, Erich Kettelhut e Karl Vollbrecht
Figurino: Aenne Willkomm

Elenco
Alfred Abel (Johhah "Joh" Fredersen)
Gustav Fröhlich (Freder Fredersen)
Brigitte Helm (Maria / Robô)
Rudolf Klein-Rogge (C.A. Rotwang)
Fritz Rasp (Slim)
Theodor Loos (Josaphat)
Heinrich George (Grot)
Erwin Biswanger (Georg)

Sinopse:

Enquanto os mais ricos vivem em magníficos arranha-céus numa cidade futurista do ano de 2026, os demais são obrigados a trabalhar isolados em seus subterrâneos. Esses operários veneram uma jovem, chamada Maria, e a seguem fervorosamente.
Um cientista cria um robô capaz de imitar perfeitamente um ser humano. Joh Fredersen, governante maior da cidade, ao descobrir a influência de Maria junto aos operários ordena que seja escondida e que tal robô fique no lugar dela e com isso faça com que os trabalhadores sigam o que ele bem entender.
O que não esperava no entanto é que seu filho, Freder, ao se aventurar pela Cidade dos Operários fosse se apaixonar pela verdadeira Maria.



Curiosidades

- Metropolis paradoxalmente costuma ser tido como expoente máximo do expressionismo alemão e ao mesmo tempo como momento derradeiro do movimento. Outros filmes expressionistas: O Gabinete do Dr. Caligari, Nosferatu, M - O Vampiro de Dusseldorf, Fausto, Nosferatu.

- O filme impressionou tanto a Hitler que este chegou a pedir que Goebbels, seu ministro do Povo e da Propaganda, fosse atrás do diretor Lang para que fizesse filmes para o Partido Nazista. Lang então saiu do país, onde chegou a criar filmes contra o próprio nazismo. No entanto, sua esposa The von Harbou, que simpatizava com os nazistas acabou aceitando a proposta e trabalhando para eles.

- À época, devido principalmente aos custos com cenários e a o grande número de figurantes, Metropolis foi a produção mais cara produzida na Europa.

- Fritz Lang não gostava da solução "conciliatória" que a esposa, que escreveu o roteiro, deu ao filme e à luta de classes. Chegava inclusive a afirmar que o final era falso. A mensagem contida no final se tornou célebre: "O mediador entre o cérebro e as mãos é o coração".

Bem... por hoje é só. Até a próxima.

P.S.: Eu não me esqueci dos selos recebidos esses dias. Vou dar um jeito de postá-los amanhã no máximo.


Abraços
.

Fontes
- Guia de DVD - 2002. Ed. Nova Cultural.
- Adoro Cinema
- Wikipedia
- Cinematógrafo

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Mídia, poder, manipulação da informação.

Créditos pela Imagem: Daia_alala

Como a mídia tem desempenhado seu papel nas últimas décadas?
Terá agido de uma forma mais especulativa e manipuladora ou terá realmente cumprido aquilo que geralmente as pessoas esperam dela (fornecer informações com isenção e profissionalismo)?
O estudioso francês Michel de Certeau ao analisar o ofício do historiador, destaca que este não é um ser isolado de um contexto social específico. A instituição de ensino, os estudantes, os companheiros de trabalho, as metodologias aceitas dentro do campo profissional e a produção intelectual difundida vão todos intervir na própria produção de qualquer que seja o historiador. Logo, um trabalho que venha a elaborar jamais poderia se caracterizar como neutro, mesmo que queira, afinal é um ser que fala de um lugar social com interesses e motivações próprias.
O próprio estabelecimento de um ponto intermediário seria arbitrário, pois levaria em conta uma concepção pessoal do que seria um meio termo e posições extremas. Afinal, não é o próprio profissional que traça esses pontos? Oras, os critérios que foram usados para estabelecê-los não são particulares e afetados pelo lugar social de onde ele fala?
Além disso, uma questão em análise sempre é muito mais ampla do que nosso costumeiro maniqueísmo pode admitir (não seria de bom senso reduzir algo a uma perspectiva de bom ou mal simplesmente).
.
Voltando às questões chaves do texto, creio que, mesmo se tratando especificamente do ofício do historiador, esta é uma perspectiva que muito bem serve para se indagar o quanto a imprensa e a mídia podem assumir um papel crucial na vida social de uma população.

Vejamos. Todos os dias vemos nos telejornais uma série de notícias escolhidas previamente pelos redatores, diretores, jornalistas e executivos das emissoras. Logicamente, a maioria dessas empresas são privadas e seu principal objetivo é lucrar. Afinal, qualquer empreendimento capitalista funciona dessa forma. Certo?

Pois bem... Agora lhes pergunto: será que essas organizações irão difundir informações que prejudiquem a si mesmas ou àqueles que lhes geram renda?

Por sua vez, essas mesmas empresas que nos levam informação (emissoras, editoras, etc) estão geralmente em articulação com setores predeterminados. Partidos e seus políticos, outras empresas privadas, anunciantes e uma série de outros grupos coligados. Como esperar que elas possam ir à contramão dos interesses desses setores?
Pode se concluir através disso que qualquer informação divulgada é seletiva. Se chega a público é porque foi aprovada por um grupo que detém o poder de propagá-la e logicamente não a disponibilizará se ela contradisser seus projetos.

Vou lançar aqui alguns exemplos, reais e ficcionais, sobre o quanto a mídia pode ter poder sobre a vida das pessoas e maneira em que se pensa coletivamente.

Orson Welles já fazia uma severa crítica à imprensa em Cidadão Kane (Citzen Kane, 1929). Neste filme, demonstra a ascensão de um empresário do ramo jornalístico que começa como dono de um pequeno periódico e acaba se tornando dono de um império das comunicações, chegando a se candidatar para a presidência dos EUA.
Para Kane o que importa é a vendagem de seus jornais e de própria imagem através deles próprios. A partir disso consegue forjar informações como bem entende e manipular como bem queria a opinião pública a seu favor.

Com inspiração neste filme a BBC de Londres lançou nos anos 1990 um documentário sobre a televisão brasileira e a forma como age junto a seus telespectadores. O próprio título, “Muito Além do Cidadão Kane” (Beyond Citzen Kane, 1993), é uma alusão ao poderio do empresário Roberto Marinho, falecido dono das Organizações Globo. Destrinchando desde a forma com que foram se estabelecendo as relações das redes de TV brasileiras e o governo ditatorial (pós-64) e o seu próprio papel junto à sociedade, muito mais centrado no entretenimento de pouco conteúdo do que na informação e programação de qualidade, esse documentário nos mostra uma série de casos que permanecem escondidos junto à boa parte do povo brasileiro.

Não por acaso, os interessados em que essas informações não chegassem aqui tentaram de várias maneiras impedir que o documentário fosse distribuído no Brasil. Sendo que até hoje a exibição do documentário é proibida, ocorrendo apenas por meio de cópias piratas ou em sites como o Youtube.

Esses dois filmes sintetizam os próximos pontos que quero lançar mão: A relação entre o poder, a manipulação da informação e o modo como isso pode ser prejudicial a alguns, muitas vezes inocentes.

Um filme que nos oferece uma visão interessante disso é “Bruxas de Salém” (The Crucible, 1996) que mostra como uma informação manipulada pode trazer sérios danos a algumas pessoas ou grupos, mesmo que muitas sejam inocentes de acusações que lhe são atribuídas.

No filme um grupo de garotas de uma pequena cidade muito conservadora do interior dos EUA é pego praticando bruxaria. Uma das garotas entra em choque e fica numa espécie de coma por um longo tempo.

Créditos pela imagem: romulusnr


A garota que as lidera, então faz uma série de acusações infundadas contra pessoas que moram na cidade. Pouco a pouco, as mesmas pessoas com que tinham boas relações a pouco começam a atacá-las e se inicia uma cruzada contra os supostos feiticeiros. Qualquer pessoa que tiver alguma atitude suspeita pode ser acusada e o critério é apenas o julgamento unilateral dos que estão no poder. Quem detém ou pode usar a informação tem poder. E este deve ser usado de maneira responsável evidentemente.

Crítica sagaz e alusiva ao período do macarthismo estadunidense, nos mostra como uma informação veiculada junto a sociedade sem critérios ou com interesses específicos pode ser extremamente prejudicial. Casos semelhantes ocorrem dia após dia. E o pior é que parece haver pouco aprendizado diante disso. A especulação e a pouca responsabilidade de alguns profissionais da imprensa (claro, é bom ressaltar que não são todos), ainda é uma constante...

No Brasil, um dos casos mais notórios foi o da Escola Base, uma escola infantil em que os profissionais que ali trabalhavam sofreram uma série de acusações de abusar sexualmente das crianças que estavam sob sua responsabilidade. Depois de um longo processo, os funcionários foram inocentados por falta de provas. Além do caso ter sido objeto de uma série de trabalhos na área da psicologia e psiquiatria sobre temas como "transe e histeria coletiva" e "cultura da delação".


Os funcionários da escola foram inocentados. Mas será que depois de tudo aquilo adiantaria muita coisa? Depois de tudo o que fora mostrado pela imprensa, a escola já não teria como se restabelecer. Além de tudo, os suspeitos dos crimes já haviam sido vítimas de uma série de represálias da sociedade. Sabidamente, este tipo de crime não é perdoado pela moral social, e assim sendo as pessoas são capazes de cometer grandes atrocidades contra pessoas acusadas de crimes semelhantes e isso mesmo quando não há provas suficientes. Um apelo de um pai confuso diante de algo contado pelo filho é suficiente para que um sem número de pessoas se manifestem contrárias e dispostas crucificar os supostos envolvidos.

Fica evidente que uma informação pode destruir vidas, pode eleger o próximo presidente, pode enfim mudar o rumo como nós mesmos tomamos a vida. E nada se diz sem alguma intenção...

Obviamente não sou paranóico a ponto de dizer que tudo que é divulgado por aí é mentira, mas posso afirmar que existe uma clara intenção em se ocultar determinadas informações e outras vezes uma série de outras é transmitida sem que haja uma investigação minuciosa que objetive a apuração séria dos fatos.

Porém é necessário que aquele que recebe entretenimento e informação comece a questionar o que é oferecido por aqueles que os fornecem, em especial os grandes jornais e emissoras de rádio e de televisão.
Enquanto isso não ocorre continuamos como meros absorvedores daquilo que nos jogam e perdemos a capacidade de pensar por nós próprios... E quem recebe informação, mas não é capaz de racionalizá-la não é muito mais genial que uma máquina que armazena dados.

Vou deixar dois vídeos que achei interessantes sobre os temas:


"A massa discute a manipulação da mí­dia?" O documentário é um ensaio experimental sobre opiniões populares a respeito do poder de influência dos grandes meios de comunicação" - Vídeo interessante que trata do tema. Confira!




Primeira Parte de "Além do Cidadão Kane" no Youtube.




Até a próxima.

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Abraços!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Carnaval .



Créditos pela Imagem: Alaskan Dude


Sinceramente, eu odeio carnaval. Mas não vou dizer que é por causa do que todo mundo diz: "baixaria, drogas, bebida e blá, blá, blá".

Mas simplesmente porque acho uma festa idiota.

Vejo aquelas pessoas que vão e gastam toda a grana que tem (nem tem) para simplesmente passar uns momentinhos como o Desconhecido da Escola de Samba dos Unidos dos Que Não Estão Nem Um Pouco Aí Para Você.

Ou então para comprarem um abadá do cainavara ultra-top da última modinha do axé que toca sua música e mais umas trinta das que outras bandas de Axé também tocam em seus respectivos trios elétricos (Aliás se for para mexer com trios, prefiro os Três Patetas).

Acho que esses grupos (pra usar um termo mais adequado, pois estão longe de serem uma banda)estão todos num mesmo sindicato ou coisa do tipo. Daí todos tocam as músicas dos outros e todo mundo goza. Igual numa verdadeira suruba (apesar que em alguns casos não fica longe disso).

Bem... não vou mais refletir sobre esse tal carnaval. Se você quiser aproveitar, aproveite-o. Eu vou ficar aqui fazendo as mesmas coisas de sempre, como se fossem dias comuns.


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Visite também o blog de parte da galera do curso de História da UFU: Não Foi Dessa Vez.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Velharia da Semana .

Resolvi criar esta sessão aqui no blog. Todos as semanas irei postar alguma "velharia" musical, cinematográfica, ou algo das antigas que eu julgar interessante.
Afinal, quando a coisa é boa não deve cair no esquecimento. ^^

E para começar vou colocar aqui um álbum de uma banda brasileira: Lar de Maravilhas (1975) da Casa das Máquinas.



Embora muitos se esqueçam ou simplesmente não a conheçam, certamente foi uma das bandas mais virtuosas e originais de toda a história da música produzida no Brasil.

Além do que este álbum é considerado por muitos como um dos melhores de rock progressivo já produzidos no Brasil. Vale muito a pena conferir este trabalho especialmente as seguintes músicas : a própria faixa título, "Vou Morar no Ar", "Cilindro Cósmico" e "Epidemia de Rock".

Faixas do Álbum:
  • "Vou Morar no Ar" (Netinho, Aroldo, Carlos Geraldo)
  • "Lar de Maravilhas" (Netinho,Aroldo, Carlos Geraldo, Pisca)
  • "Liberdade Espacial" (Netinho, Carlos Geraldo, Catalau)
  • "Astralização"
  • "Cilindro Cônico" (Netinho, Carlos Geraldo)
  • "Vale Verde" (Netinho, Pisca)
  • "Raios de Lua" (Netinho, Pisca, Catalau)
  • "Epidemia de Rock" (Netinho, Aroldo, Catalau)
  • "O Sol / Reflexo Ativo"
A Rede Tupi produziu um vídeo clipe da música "Vou Morar no Ar", que este logo abaixo. Confira!
Mas antes de qualquer comentário preconceituoso, lembre-se do contexto da época (ditadura militar decadente, mas nem por isso menos repressora do ponto de vista da censura artística) e da ousadia dos membros da banda, tanto no som como nos trejeitos.



© 1976 TV Tupi

Particularmente, também gosto bastante do terceiro álbum (posterior a esse) que é o "Casa de Rock" (1976), apesar dele ser voltado mais para um som mais "rock'n'roll". Vou deixar aqui então um clipe gravado para o Fantástico com a música que intitula com álbum.



© 1977 Globo Comunicações e Participações S.A.


Espero que tenham gostado.

Por hoje é só!

Até a próxima!


Fontes: Wikipedia, Rock Progressivo Brasil, K7-Vinil, Espaço do Casa das Máquinas Vila Bol.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Liberdade .




créditos imagem: freedom toast



O que é liberdade?

Difícil defini-la...

Sei que nos é cara e para quase todo mundo como algo inerente a uma boa vida. Mas sendo bem franco: nunca vi um tema que assumisse um caráter tão contraditório quanto ela.

Não que esteja dizendo que ela tenha um sentido que não o de “desprender-se” de algo. Mas esse “algo” é que chama a atenção.

A busca pela liberdade já sinalizou lutas muito caras para a humanidade no decorrer da história. Seja a luta por uma “liberdade burguesa”, proveniente das revoluções francesa e estadunidense, que liberta um grupo (burguesia), deixa tantos outros setores com uma liberdade bem mais restrita.

Seja nas revoluções comunistas / socialistas que se pretendiam libertar seu povo, mas que na realidade se revelaram tão ou mais opressoras que as daqueles que combatiam. E seja ainda nos outros diversos sentidos que a palavra “libertação” assume um significado que motiva as pessoas a buscá-la (espiritual, financeira, emocional, moral, etc.).

Essa diversidade de modos de pensar assume algumas conotações bastante interessantes. Gostaria então de expor duas delas que me fizeram refletir um bocado e por isso achei que seria legal compartilhá-las com quem tiver alguma paciência.

Créditos Imagem: emdot.

O filme Easy Rider – Sem Destino (1969), por exemplo, para mim é uma metáfora de um dos significados da liberdade. A principal idéia é que as pessoas temem a liberdade.

A sociedade repugna todo aquele que não adere aos moralismos, às regras, às formas de agir e a quaisquer outras formas consolidadas pelo senso comum.

Neste filme, em praticamente todas as cidades em que param dois motoqueiros, interpretados por Dennis Hopper e Peter Fonda, estes são vistos como uma espécie de ameaça.

Os cabelos grandes, as roupas, as motos e todo seu visual passam para as pessoas um certo medo. Medo que um terceiro personagem, interpretado por Jack Nicholson, expõe que não advém das características físicas dos personagens, mas daquilo que representam: a própria liberdade.Ele inda conclui que as pessoas vivem falando daquilo que ela significa individualmente, mas quando veem um indivíduo verdadeiramente livre o rechaçam. E quem corre perigo, na verdade, é o próprio tipo de pessoa que os “homens comuns” temem, afinal farão de tudo para excluí-la. E ainda diz mais: “Mas nunca diga a alguém que ele não é livre. Ele o aleijará e matará para provar que é”.

Outra visão interessante é expressa no documentário “Metal – A Headbanger’s Journey” (2005) que trata do estilo de música Metal e também da forma como o encaram seus fãs. De um modo geral, neste filme, há uma ideia de que esse estilo é uma verdadeira expressão de uma postura libertária perante a sociedade.


créditos imagem: Vrede Van Utrech


A música, o visual, a maneira de agir, é encarada por muitos dos fãs como uma maneira de chutar o mundo e suas regras para escanteio. Você não precisa curtir Malu Magalhães, Back Street Boys, Britney Spears, funk e axé apenas porque a maioria das pessoas diz que é legal. Mesmo que não gostem e o excluam por causa disso, é uma decisão sua ouvir e agir da maneira que bem entender. Da mesma forma, se as pessoas entendem que esse tipo de música é agradável, também não cabe a qualquer um interferir nessa escolha.

De um modo geral mesmo tratando de headbangers especificamente, creio que este filme demonstra de forma muito eficaz o que representa assumir uma postura social que não condiz com o que a maioria pensa. A sociedade sempre cuidou de marginalizar o diferente: seja gay, punk, oriental, latino, nordestino, negro ou qualquer tipo que não integre o círculo padrão das relações sociais.

E à medida que se repreende alguém pelo que é, também se reprime a maneira do outro agir como bem entender. E a própria liberdade pessoal de se tomar um rumo semelhante num momento posterior, já que se não aceito o outro como ele bem é, também não posso adotar semelhante postura. Ao delimitar as rotas que alguém deve seguir, também delimito as trilhas pelas quais eu próprio posso caminhar.

Que liberdade é essa então? Uma liberdade ilusória e restrita e que não se baseia na compreensão da liberdade do outro? Se for esse o sentido de liberdade individual, creio então que as pessoas jamais deveriam fazer uso dela.

Somos também seres dentro de uma coletividade e como tais, devemos pensar também numa libertação da sociedade como um todo.

Uma liberdade que não seja libertina e que não ocorra o desrespeito ao outro. Uma liberdade em que talvez esteja delimitada a algumas regras e restrições (claro, não seria legal se você saísse matando indivíduos e os desrespeitando por considerar isso uma forma de expressar que é livre), mas onde também exista o espaço para que cada um possa se expressar e agir da maneira como lhe convier sem ser alvo de preconceitos e moralismos impostos pela sociedade.

Enquanto isso, seguimos fantasiando uma liberdade delimitada por enormes muros de hipocrisia. Afinal, não é este um mundo de aparências? E se assim é, parece ser muito mais cômodo passar para os outros que se é livre, do que verdadeiramente ser.






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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Política de Parceria .

Quer ser parceiro do Soluço Mental?

Propostas de parcerias deverão ser anunciadas aqui por comentários ou via e-mail pelo formulário abaixo.

Sendo que será necessário especificar se a proposta será por links ou bannner.

Obs.: Será dada preferência a blogs que tratem dos seguintes temas: textos/poesias, crítica e reflexão, cinema, hqs, jornalismo e cultura em geral. Não faço parcerias com blog de conteúdo adulto e de downloads.


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Contato












Agradecimentos!

Bem...

Queria agradecer a algumas pessoas que me animaram a criar este novo blog depois dos ocorridos recentemente.

Vou citar alguns aqui. Desculpem-me caso esqueça algum. Mas gostaria de dizer que sou muito grato a todos. E que, de fato, vocês e aqueles que liam meu outro blog (nem vou citar o nome... hehe) é que me motivam a continuar aqui na blogosfera tentando fazer algo legal.

Primeiramente à Anya do Butterflies & Hurricanes (muito legal comigo desde o primeiro instante), à Jessie (que não tem blog, mas que apoiou bastante), ao Erick Delemon (que também não tem blog, mas é meu mais novo bixo e criou o cabeçalho e os banners para mim); ao Fernando Serra do Opine no Blog; meus companheiros Nádia e Felipe do Não foi Dessa Vez e ao Cauê do Aquelas Músicas.

E ainda agradeço bastante ao Rodrigo Andolfato do Livro Que Quero Escrever;Lis do Beleza no Imperfeito; Márcia Engel do Pequeno Blog dos Horrores; Dinah do Insônia Partilhada; Patrícia do Blueberry Lover; Leela do Cera Quente; Professora Elaine; Fhaêsa (minha bixete... hehe) do Ciclo de Saturno; Felipe do Nothing has Sense; Darlan do Ex-Tragado; Nat Valarini do Garota Pendurada; Gláucio do Rockeriot; Sampaiorama do Surupanga News; Vítor do Versão Vida S; Daniela do X Fonte e mais um monte que talvez tenha esquecido, mas nem por isso menos importantes.

Também à Kátia do Notícias Irrelevantes (que quando as coisas estiveram ruins ofereceu ajuda imediata) e à Larissa do Estapifaluz.

Muito obrigado a todos. Pois cada um de vocês me ajudou de alguma forma, seja como leitor do outro blog (o motivo pelo qual escrevo algo), como parceiro, por se disponibilizar a ajudar, ou pela amizade sincera.

Abraços!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Contato .

Críticas, sugestões e qualquer outro assunto pode ser enviado por e-mail através do formulário abaixo.














Contato












sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Soluço Mental .


créditos imagem: microrama




O soluço vem do nada
Incomoda, desajeita, atrapalha
Dizem: "Peça que alguém lhe assuste.
Logo passa..."
E muitas veze nem assim ele vai.
"Prenda a respiração! E conte até mil"
E mesmo que ele faça que sejamos privados do ar
(Por vontade espontânea)
Ninguém garante que ele se vai.

O soluço vem do nada.
Atrevido, inconstante,
 incontrolável,
incompreendido...

Um soluço que vem da mente.
Coisa boa deve ser...
pra quem não tem o que temer.

É algo de gente com cabeça irriquieta
Que destila o que lá de vem...
Pois não consegue aprisionar seus pensamentos.
Ele vem sempre à tona como o espasmo
dos pulmões
se desprendendo na garganta.


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Bem... Acho que isto explica bem o que o nome do blog significa para mim.

Abraços !