domingo, 5 de setembro de 2010
Escrever
Escrever é um ato de auto-mutilação e reinvenção de si mesmo.
Destruo-me do antes e surjo como novo ser na fixidez da palavra...
Esta que tentarei, bem provável, romper posteriormente
e que contudo estará lá. No papel, na tela do computador...
Para me contrariar, para não deixar fingir que nada foi.
Escrever exige enfrentamento e dói... e alivia.
Porque escrita boa parece ser aquela que se faz dos sentimentos.
E sentimento que se preza faz sentir o trespassar da alma para o corpo.
Visceral, angustiante e doce. Empalar múltiplo provocado por si mesmo.
Mas escrever também é o pensar e o fazer rir. Ou então rir do que não tem graça.
Escrever é dar suspiros vitais quando se está semi-morto...
quando se está em desacordo com o mundo e todos diariamente sugam suas energias vitais.
Escrever é contestação do que se sabe e o que não se sabe.
É o expressar humano mais desumano
Porque nunca se diz tudo o que se queria dizer
E ninguém sente o tom verdadeiro de cada letra grafada
E ninguém lhe ouve no momento que se sente
E se faz na contradição do recluso que ser ouvido.
O escrito se faz para os outros
Que nem sempre entenderão
Interpretam-o com altivez no intuito de chegar a seu mundo
Mundo que também deles é, mas que existe algo só de seu
Mas você sabe disso e do que virá adiante
e mesmo assim o faz...
E assim...
Deturparão o seu dito
com interesses puros, mesquinhos ou tecnicistas
Dirão de sua palavra o que ela nunca disse
Farão dissecação de cada caracter seu
Farão juizos tolos de valor.
Mas disso nem deveria me importar...
Se o que escrevo fosse só meu jamais eu escreveria.
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