Imagem: Piterart
Alô, você que não me entende
Tão gentil em fingir me ouvir
Mas tão surda do que lhe falo
Você não é, nunca foi culpada
Eu sou e sempre tive a certeza
Que com tanta raiva estuprado
Meu cérebro foi por eu mesmo
Nem é culpa de álcool e do ato
Inconsequentemente atordoado
Pelo gritar ferino embasbacado
Ecoante na noite do desagravar
Que tivemos antes de nos odiar
Em pré-histórica era inventada
Nas núpcias ilusórias de torpor
Em fulgurosos enxames de cor
De tantos insetos espetaculosos
Trafegando tão desconjuntados
Buscando pólen de flor em flor
Engalfinha-me sem eu perceber
Duvido que disso você é capaz
Eu percebo bem mais do queria
O estoicismo me passa distante
De agruras é que me componho
Cometo infanticídio do amanhã
Não me permito nem esboça-lo
Boçalizo-me cônscio bem disso
Evitar antever o que não vai ser
Desesperança não é temperança
O vício não gerará virtuosidade
As sementes de ar em fofa terra
Não parirão as árvores de vento
Nem a frondosa copa das brisas
De pouco adianta a condolência
Sua inflexão não mudará ontem
Não se faça de hipócrita valente
Sua tolice revelará tudo do caos
Mas já então não mais adiantará
Quase nada valerá alguma pena
Você que se colocará no inferno
Boçal Experimentalismo do Sentimento, da Forma e da Poesia by Diego? Chuck? Glommer? is licensed under a Creative Commons Atribuição 3.0 Unported License.
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O que dizer?
ResponderExcluirAmor...ódio...prazer...desprazer...Fantástico!
Beijo
até breve...
Viajo nas linhas e entrelinhas dos seus poemas!
ResponderExcluirVoltou com uma inspiração fantástica.
=D