terça-feira, 7 de setembro de 2010

Boçal Experimentalismo do Sentimento, da Forma e da Poesia


Imagem: Piterart


Alô, você que não me entende

Tão gentil em fingir me ouvir

Mas tão surda do que lhe falo

Você não é, nunca foi culpada

Eu sou e sempre tive a certeza

Que com tanta raiva estuprado

Meu cérebro foi por eu mesmo

Nem é culpa de álcool e do ato

Inconsequentemente atordoado

Pelo gritar ferino embasbacado

Ecoante na noite do desagravar

Que tivemos antes de nos odiar

Em pré-histórica era inventada

Nas núpcias ilusórias de torpor

Em fulgurosos enxames de cor

De tantos insetos espetaculosos

Trafegando tão desconjuntados

Buscando pólen de flor em flor


Engalfinha-me sem eu perceber

Duvido que disso você é capaz

Eu percebo bem mais do queria

O estoicismo me passa distante

De agruras é que me componho


Cometo infanticídio do amanhã

Não me permito nem esboça-lo

Boçalizo-me cônscio bem disso

Evitar antever o que não vai ser


Desesperança não é temperança

O vício não gerará virtuosidade

As sementes de ar em fofa terra

Não parirão as árvores de vento

Nem a frondosa copa das brisas


De pouco adianta a condolência

Sua inflexão não mudará ontem

Não se faça de hipócrita valente

Sua tolice revelará tudo do caos

Mas já então não mais adiantará

Quase nada valerá alguma pena

Você que se colocará no inferno



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Boçal Experimentalismo do Sentimento, da Forma e da Poesia by Diego? Chuck? Glommer? is licensed under a Creative Commons Atribuição 3.0 Unported License.
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2 comentários:

  1. O que dizer?
    Amor...ódio...prazer...desprazer...Fantástico!
    Beijo
    até breve...

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  2. Viajo nas linhas e entrelinhas dos seus poemas!
    Voltou com uma inspiração fantástica.
    =D

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