Quando era criancinha
E mal sabia escrever
Queria fazer lindos poemas
Pois aqueles que criava
Eram humildes e inocentes
E pareciam ser muito bobos
Perto daqueles tão atraentes
Dos homens muito sábios
Das revistas e dos livros.
Hoje eu conheço mais palavras
E ao contrário daqueles tempos
Desejo escrever mais simples
Já que cansei da abstração
De coisas com sentido só pra mim...
Queria escrever para todos!
Para que qualquer um entenda
Mesmo de modo bem diferente
Do qual eu bastante pretensioso
Ousei colocar na cabeça de alguém.
Pois se escrevesse só para mim
Não saberia para que isso fazer
Seria melhor tudo esconder
E prender meu pensar inútil
Em obscuras celas da minha mente.
Alguns dirão:
Ele quer se desprender!
Eu lhes responderei:
É realmente verdade!
Cansei mesmo de amarras!
De policiar o que eu faço,
Pensar no profundo do vazio
Ou de apelar a alguma forma
Quando não tenho o que dizer.
Mas de novidade isso nada tem
A simplicidade já almejava
O pastor de palavras que foi Caieiro
Que era ele e não era ao mesmo tempo
Era Pessoa sendo outra pessoa
.
E Bandeira já gritava
A favor do lirismo louco
Sem comedimentos
Desprendido e liberto!
Uma poesia por si
Mas imaginando ser lida
E por isso mesmo acessível
Feita por um si que é si
Mas que é parte d’outro
Certeza de raro eu tenho
Na proporção do quase nunca
E meio por isso sou assim
Descomposto e desordenado
Avesso a vocábulos raros
Pois as palavras do comum
Já são muito complexas
E facilmente se fazem belas
Basta para isso um arranjo.
Mas acho que é bom ressaltar...
Nunca fui um romântico.
Menos ainda pós-moderno.
Nem mesmo parnasiano,
Simbolista ou jupiteriano.
Sou apenas um tolo qualquer
Com uma poesia bem assim
Tolices em letras no papel.
E, além disso, nada mais...
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Por ser um apenas um "tolo" brincas bem demais de escrever e faz isso como "gente grande".
ResponderExcluirBeijo
Até...
Apareça no Cripta também: http://criptadosfilmes.blogspot.com
Olá! Gosto de revirar o arquivo do blog em busca de coisas novas e simples assim! Escreve poemas muito bem e eu, apesar do esforço que faço deveras (não à toa os apresento como "(ar)riscando poesia"...rs), não chego perto de teu esmero com as palavras. Como já disse e repito, tens um dom! Continue a fazer bom uso dele por aqui e por onde mais puder e quiser!
ResponderExcluirOs poetas têm dessas indagações, acredito que senão todos, grande parte: saberei escrever? Posso transformar o que percebo ao meu redor em palavras e estas chegarão (e atingirão)o leitor? O que alcançarei?
Essa busca pela simplicidade é também a busca de si mesmo (da própria essência), assim me parece, pois, tenho (sem ousar comparações!) essa sensação quando traduzo os pensamentos e sentimentos nos textos que escrevo. Bjins e até mais!