domingo, 17 de outubro de 2010

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Tão jovem foi construir seus sonhos, num lugar que não se sabe e nem se quer estar. Por entre os carros, semáforos, gente por todos os lados passava. Só queria construir seus sonhos, mas como já disse, eles se modificavam a todo instante. Eram todos tão belos que não se permitia, nem se impunha a querer que eles fossem um só, que fossem fixos como palavra grafada a tinta em papel de livro.
Não tinha planos. Nem pro futuro. Não se apegava às coisas, às pessoas, não se preocupava em ter alguém. Aprendera a se virar. Queria estar com todos num instante e no outro com ninguém. Era impulsivo, reprimido, divagante, compenetrado, prolixo, direto, sensível, solitário, popular, inconstante, esperançoso, comunista, anarquista, democrático e niilista. Tudo isso ao mesmo tempo.
Detestava seus escritos e os achava vazios para os que os leriam.
Queria ser superstar e revolucionário. Sentia raiva e ódio de tantos, aqueles mesmos que queria tão bem. Desejava abandonar tudo, mas tudo aquilo era a sua vida.
Acabaria se matando se matasse aquelas coisas, aqueles desejos e sentimentos.
Então só abaixava ou levantava a cabeça, de acordo com a ocasião...
Seguia quixotesca e toscamente lutando por aí.

euqueninguémsabe

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