sábado, 19 de janeiro de 2013

Dormir


com Smiths me adormecendo 



Dormir
O tempo que desconhece
a pausa entre vida e outra
o silêncio dos recalques
desejos em prazeres
“Não os resistir”

Dormir
Pertinaz premência
de quimera compungida
Sombra em aceno pra alvor 
esplender nublar de vista
pra esperança desturvar

Dormir
exaurindo choro na goela
com vinil a vacilar
em salto o arranho
desfalecer na invitação
de afabilidade pra olvido:
o lacrimar matutino
será ao menos atual

Dormir
Rir os sorrisos despossuídos
Repartir mágoa sonegada
evidencias pra descontrole
de temperança perecível
em carta de tarô cigano
em quiromancias de agouro
com nós a solapar futuros meus

Dormir
em colchão de dessossego
retorcer espaços de mente 
rebentar veios de olhos
em vermelho-desengano
pra contingência despertar

Dormir
enigma de corpo
sedação inoculada
que cerra as pálpebras
a volver mundo pra dentro

Uberlândia_____tarde_de___19_01_2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário