e me diz uma menina
voa do telhado passarinho
com seu bando lá nos ares
fazer rasantes que confundem
as rotas certas da cabeça
e as métricas dos nossos corações
dá pra ver nesse recorte de horizonte
que o mundo não se fez para ser exato
e quem fica em pompa com seus ditos
e diz que rolinha não é pombo menorzinho
está cheio de taxonomias que aprisionam
e perde a lua em despedida em beijos para o dia
nenhum amanhã tem dono
nenhuma manhã nos pertencerá
as posses estão mesmo em falência
e só mesmo a louca dança salvará
eu digo arigatou Tupã saravá
vai vai passarinho
vai cortar por esses raios
de madrugada que alumia
uma canção que se empina
por entre pipas anuviadas
que descerram o mundo desse véu
quantas memórias escondidas
estarão por trás dos olhos da menina
que ensina não perder o movimento
que está no quadro vespertino
e que pra curar os meus tremores
basta contar um só segredo
basta saber ver os passarinhos
Uberlândia, 26 de agosto de 2013.