sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ranhura

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Ranhura!
Não sei porque essa maldita não me sai da cabeça.
Queria porque queria escrever um poema com ela.
Lá na parte gloriosa eu tascaria uma bela e sonora "ranhura".
Daquelas que dá pra sentir o risco no olho de quem lê
igualzinho o jogo da velha marcado nas lentes de meus óculos.
Ranhura. Rasura. Procura. Sutura. E cura!
Porque isso é descomplicado demais
E até mesmo o queijo-cura.

Infame o que disse
Seria então sensato
limar e limbar isso
neologismo é indício de fracasso da lingua
quando a palavra nada desvela

Isso ficou um lixo
Solução?
Só uma ação é coerente:
Ranhura nisso aqui.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

valerá

Crédito pela imagem: depininiped


Se te sufocas
o ar que respiras
muito é inevitável
É hora de mudar

Doerá se fizer parte de ti
Sim, eu sei que doerá
Mas
extirpa de teu peito
arranca de teu âmago
Faz brotar que valerá
Pouco custará

Encolhe em ti mesmo
Depois espicha
Espicha a ti mesmo
Lava-te nesse borrão
Borrão de sentimento
tão mais ameno
tão mais lisonjeiro
tão mais de esperança

Para um sonho continuo
espreguiçarás!
Abre o braços
Deixa-te vibrar
encontra o alento


Eu sei que sim
não é fácil acordar
Mas te digo
não, não custará
Um tanto muito valerá
Eu sei que vai passar