da lógica que não pode ser
se eu envelopar a água
o que você me dá?
e se eu enrolar o vento
ganho quantos centímetros de
alforria?
se eu aspergir soluços
presentearei tresloucados
anfíbios
e se eu banquetear rumores
vou vomitar artrópodes
mas’que’cê’me’dá?
se eu for calar o frio
e sentir nos pés os calos frios
e me arrepiar em calafrios?
frígida nunca foi a frigideira
que fervilha a cabeça
e polvilha a multidão
escamoteia plutônica angústia
dos vulcões que poderiam ter sido
e se resignam subterrâneos
as lágrimas que cristalizam
pétreas
são as lavas não escorridas pela
terra
que alocadas nos medos das
pálpebras
jaz em anseio de banhar magma em
explosão